O espírito e a carne

O espírito e a carne


Minha rica mulatinha,
desvelo e cuidado meu,
eu já fora todo teu,
e tu foras toda minha;

Juro-te, minha vidinha,
se acaso minha qués ser,
que todo me hei de acender
em ser teu amante fino pois
por ti já perco o tino,
e ando para morrer.

Análise:
A obra Lírica de Gregório de Matos  “O espírito e a carne” , trata muito da  dualidade barroca essas com muitas referencias aos Sonetos de Camões. O principal assunto seria o amor da forma Barroca, o erotismo e o desbocamento são as tônicas, quando o poeta se inspira nas mulheres de condição social inferior, especialmente as mulatas. Observes os versos curtos e a aproximação com uma linguagem mais e popular. A mulher é vista tanto de modo espiritualizado, quanto como objeto de desejo carnal. . Ambas as visões podem aparecer no mesmo texto, estabelecendo um conflito. Muito parecida com a que ocorre com o soneto “Anjo no nome, Angélica na cara”, onde também encontra-se a atitude idealizante e a linguagem mais erudita.

Análise feita por: Bruno Belau

2 comentários: